Investir em ações exige alguns segredos do investidor. Um deles é saber o real valor da empresa e o que o atual preço de mercado representa para o investidor. Este é um estudo um pouco mais prático de como "observar" o real valor de uma empresa, com a ótica de um contador.
Definições
Enquanto que o Passivo no balanço patrimonial representa o capital de terceiros investido na empresa, o Patrimônio Líquido da empresa, assim como foi dito em "Entendendo o Balanço Patrimonial de forma Simples", representa o capital próprio da empresa. O valor contido no patrimônio líquido é o capital dos sócios que foi investido na empresa.
Valor Patrimonial por Ação, significa dizer o somatório do patrimônio líquido(o capital próprio da empresa), dividido pelo somatório de todas as ações, preferenciais e ordinárias. Isso trará o valor contábil por ação.
O preço de mercado é o preço pelo qual, qualquer investidor pode comprar determinada ação. É o preço que atualmente o mercado está pagando por determinada ação. Então, a expressão P/VPA - Preço Valor Patrimonial por Ação, significa dividir o preço atual de mercado pelo preço contábil da ação. Dessa forma você saberá o quão subvalorizada ou supervalorizada está determinada ação. Até aqui poucas novidades porque a maior parte já foi explicado no tópico "Introdução a análise das demonstrações contábeis".
"Observando" as falhas sob a Ótica Contábil
Os valores das contas registradas no balanço patrimonial são registrados de acordo com a operação na data. Isso porque existe um princípio contábil que diz "Custo Histórico Como Base de Valor". Ou seja, se em 2005 a empresa comprou um terreno que lhe custou R$250.000,00 e em 2011 este terreno vale R$1.000.000,00, no balanço patrimonial continuará registrado R$250.000,00. Nesse caso, apesar do registro no balanço de apenas R$250.000,00, a empresa possui um imobilizado com valor 4 vezes maior.
Esse é um dos grandes equívocos da contabilidade. Praticas de gestão como Gecon lutam para que isso acabe e que exista uma "atualização" dos valores registrados no balanço patrimonial. Assim as demonstrações contábeis seriam mais condizentes com a realidade e existiria uma hamônia maior entre as demonstrações de diferentes empresas do mesmo setor. Mas como isso dá muito pano pra manga e a discussão é muito abrangente, vamos ao que interessa..
Além do custo histórico como base de valor, existe a amortização ou depreciação de bens. No site da Receita Federal existem várias explicações sobre depreciação e amortização de bens, clique aqui para acessá-lo. A depreciação e amortização de bens visa tentar aproximar o preço do balanço patrimonial com o preço de mercado dos bens da empresa. Na teoria é assim, mas na prática o que acontece é o contrário, isso porque muitas vezes um veículo da empresa é depreciado em apenas 5 anos. Pense bem, um veículo zero km, ser depreciado em 5 anos? É um absurdo. Veja o tempo de depreciação de cada bem no site da Receita Federal.
Como se aproveitar das falhas
Além dos erros contábeis citados acima, existem várias outras falhas claríssimas que são praticadas. É como no Fordismo em que cada um apertava um parafuso. Ninguém para pra raciocinar e só faz como diz o papel. Mas o papel não aceita tudo? A contabilidade deve rever e muito ainda seus conceitos.
Mas como existem falhas, podemos aproveitar essas brechas para precificar as empresas listadas na bolsa de valores. Existem diversas maneiras, vamos listar 3 formas de se aproveitar das falhas:
"Observando" as falhas sob a Ótica Contábil
Os valores das contas registradas no balanço patrimonial são registrados de acordo com a operação na data. Isso porque existe um princípio contábil que diz "Custo Histórico Como Base de Valor". Ou seja, se em 2005 a empresa comprou um terreno que lhe custou R$250.000,00 e em 2011 este terreno vale R$1.000.000,00, no balanço patrimonial continuará registrado R$250.000,00. Nesse caso, apesar do registro no balanço de apenas R$250.000,00, a empresa possui um imobilizado com valor 4 vezes maior.
Esse é um dos grandes equívocos da contabilidade. Praticas de gestão como Gecon lutam para que isso acabe e que exista uma "atualização" dos valores registrados no balanço patrimonial. Assim as demonstrações contábeis seriam mais condizentes com a realidade e existiria uma hamônia maior entre as demonstrações de diferentes empresas do mesmo setor. Mas como isso dá muito pano pra manga e a discussão é muito abrangente, vamos ao que interessa..
Além do custo histórico como base de valor, existe a amortização ou depreciação de bens. No site da Receita Federal existem várias explicações sobre depreciação e amortização de bens, clique aqui para acessá-lo. A depreciação e amortização de bens visa tentar aproximar o preço do balanço patrimonial com o preço de mercado dos bens da empresa. Na teoria é assim, mas na prática o que acontece é o contrário, isso porque muitas vezes um veículo da empresa é depreciado em apenas 5 anos. Pense bem, um veículo zero km, ser depreciado em 5 anos? É um absurdo. Veja o tempo de depreciação de cada bem no site da Receita Federal.
Como se aproveitar das falhas
Além dos erros contábeis citados acima, existem várias outras falhas claríssimas que são praticadas. É como no Fordismo em que cada um apertava um parafuso. Ninguém para pra raciocinar e só faz como diz o papel. Mas o papel não aceita tudo? A contabilidade deve rever e muito ainda seus conceitos.
Mas como existem falhas, podemos aproveitar essas brechas para precificar as empresas listadas na bolsa de valores. Existem diversas maneiras, vamos listar 3 formas de se aproveitar das falhas:
- Descubra o P/VPA de sua empresa(foi discutido acima como se encontra o P/VPA). Quanto menor for o índice encontrado melhor. Muitas empresas tem P/VPA menor do que 1(exemplo atual, EUCATEX - EUCA4), isto quer dizer que a empresa está tão subvalorizada que mesmo o preço contábil(com depreciações, custo histórico como base de valor, etc.) está acima do preço de mercado. Muitas vezes, a empresa é um achado, uma pepita de ouro que você acabou de encontrar, mas muitas vezes também existem muitas notícias ruins no mercado sobre a empresa. Analise antes, mas dê maior atenção para empresas com baixo P/VPA.
- Descubra o P/L - Preço Lucro de sua empresa. Basta dividir o Lucro líquido do período pelo seu valor de Patrimônio Líquido. Um bom Preço Lucro é menor do que 10. Pense bem, se os dados divulgados no balanço patrimonial sofrem algumas alterações como as descritas acima e acabam sendo subvalorizados, você não pode "cair" em uma empresa que ainda assim, dá lucros menores que 1/10 de seu patrimônio líquido. Lucro na bolsa de valores está diretamente relacionado ao crescimento dessas empresas, isto porque a cotação da empresa acompanhará seu crescimento, mas como que uma empresa crescerá com um lucro tão pequeno?
- Se você tiver paciência(deveria...) entre no balanço patrimonial e leia as entrelinhas deste balanço. Tente captar os ativos que podem estar subvalorizados ali... Além disso tente entender como funciona a empresa e como as demonstrações contábeis estão "demonstrando" a empresa. Um exemplo, no ano passado a UOL tinha um dinheiro alto parado em caixa, vi em um fórum um amigo dizer "com esse dinheiro todo parado em caixa, eu acho que eles irão comprar alguma coisa de peso". Foi exatamente isso que aconteceu, no dia 27/10/2009 a UOL comprou a Insite, 4ª maior empresa de hospedagem no Brasil até então. A notícia bombou e a UOL subiu bastante depois desta notícia. São detalhes como estes que você pode captar ao olhar um balanço. Tente ver as brechas...
A intenção aqui não era discutir a seriedade e a capacidade da contabilidade em demonstrar a saúde financeira de uma empresa, até porque a contabilidade é uma ferramenta indispensável mesmo para finanças pessoais. É impossível para uma empresa se manter "viva" sem uma contabilidade bem feita. Mas, todos sabem que em todo lugar existem erros. A lei brasileira as vezes nos passa raiva por isso, os corruptos podem pagar por excelentes advogados que conhecem de perto a lei e sabem como explorar suas falhas. Pense nisso.
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