Mercado Financeiro e Bovespa - Como entender as variações da Bovespa

O Mercado Financeiro em um todo é como um emaranhado de fios, todos conectados. Cada país, uma bola de fios conectados. Agora, mais do que nunca, devido a globalização, estão todas as bolas de fios, todos os países, conectados. Crise na grécia? Refletirá na Bovespa. Crise no Egito? Refletirá na Bovespa. 

Mas, de fato, até que ponto, as crises mundiais refletirão, de verdade, na estrutura financeira da empresa? Afetar de forma especulativa a Bovespa é uma coisa, agora, afetar diretamente a economia da empresa, vai depender de fatores específicos daquela empresa, como por exemplo, se a empresa tem investimentos em dólar, se a empresa atua em um nicho de mercado que será prejudicado pela crise, e assim por diante.

Como funcionam as variações do Mercado Financeiro na Bovespa

No Brasil, do final de 2010 até este mês de fevereiro de 2011, a inflação tem sido o "bicho papão" da economia. O governo então, com uma medida extremamente incompetente, continuou subindo os juros para tentar segurar a inflação. Como isso reflete? Os juros subindo, mais investidores extrangeiros atraídos pelos juros, compram títulos de dívida pública e outros, aumentando a demanda, sobe o preço do Real no mercado de câmbios, desvalorizando demais moedas, frente ao real. Isso faz com que aumente as importações, e prejudica diretamente as exportações(pois, com o real em alta, o preço do produto subirá também para a exportação), prejudicando produtos nacionais na concorrência do mercado interno(preços dos produtos importados mais baixos). Além disso, saem investidores do mercado de ações, atraídos pela alta dos juros e com isso, somando todos os ingredientes citados acima, os preços das ações listadas na Bovespa irão cair. E pelo incrível que pareça, isso é só a ponta do iceberg..

Com a queda do dólar(frente ao real), a pressão da inflação acaba diminuindo, justamente por causa dos produtos importados que ficam mais em conta. Mas, até que ponto é interessante tentar frear a inflação já que isso irá prejudicar a economia(importação X exportação). E o mais complicado dessa situação é que, na verdade se não frear a inflação a economia entrará num ciclo vicioso de decadência. Nesse ponto, voltamos ao início do parágrafo anterior.. Complicado hein?

O pior de tudo é que, o Brasil está se gabando por ter pago o FMI e, agora ter dinheiro investido em mercados internacionais, mas a divida interna do Brasil é uma das maiores do mundo. Funciona mais ou menos assim, o Governo emite titulos de dívida pública (Tesouro Direto, por exemplo) para financiar suas despesas que são maiores que a arrecadação. Ao emitir esses títulos, a taxa utilizada está muito acima da média mundial, atraindo assim investidores estrangeiros.

Como o próximo passo na cadeia descrita acima é a valorização do Real, o Banco Central compra o dólares (emitindo titulos) e volta a aplicar no mercado internacional. E volta a se gabar, "pagamos a dívida com o FMI e agora estamos emprestando". O que o governo não declara abertamente é que, a taxa de juros pagas nas dívidas públicas são muito superiores às taxas de juros no mercado internacional. É como se o Brasil estivesse pegando dinheiro do cheque especial em sua conta corrente e posteriormente, para conter a alta do real, aplicando em uma poupança. Onde vai dar isso? A pergunta deveria ser feita diretamente para o nosso atual governo. O problema é que, serão 4 anos para o governo fazer alguma coisa e geralmente medidas para contornar esta situação demorarão muito mais do que os 4 anos de governo. E para nossos políticos isso não é interessante, porque ninguém idolatrarão eles por uma ação de longo prazo, o que eles querem é dar salário família de R$20,00 para a população e serem idolatrados por isso.

Previsão da Economia para 2011

O governo adotou algumas medidas para frear a alta da inflação. Ajudou? Sim, ajudou. Possivelmente o primeiro passo certo para a reabilitação da economia. O corte nos gastos públicos já começou a frear a inflação. Mas o Real valorizado como está, prejudica a economia num todo e, conseqüentemente também confronta com a Bovespa. É possível que o cenário comece a mudar e a melhorar aos poucos, mas toda ação tem uma reação e, justamente pelas burradas do passado e também, somado às crises no oriente médio, crise do petróleo, etc., é bem provável que no curto prazo não tenhamos grandes surpresas e a bovespa continue lateralizando, sem forças para uma forte reação ou, quem sabe, no curto prazo não possa haver mais queda..